Vacina: Ameaça da morte gera vida
É bom se acostumar. A sociedade brasileira reage pelo instinto, pela ameaça. Lamentável para quem tem expectativas mais elevadas em relação a vontade popular. Porém, a vida é vivida no correr dos dias. Não há um planejamento. Vacina lembra prevenção, a procura dela, em grande quantidade, só com a ameaça real ou fantasiosa.
Agora há um corre-corre para se tomar a vacina contra a
Febre Amarela. Uma doença erradicada há mais de 70 anos e que já molestou a
história brasileira no final do Século XIX e início do XX. Combater o mosquito
transmissor, estudar uma vacina para a doença, fizeram do Brasil destaque na
produção do antídoto.
São Paulo é o Estado que se tem maior preocupação com a
propagação da doença. Tem quem fale em epidemia. Mas o Ministério da Saúde acha
exagero, tem especialista que não. Porém, o que gostaria de comentar aqui é a
corrida da população para vacinar. Em todo o país onde a vacina é oferecida, na
maioria dos estados é procura é grande.
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Cidades que estão fora das regiões de risco, como Maringá,
já foram vacinadas mais de mil pessoas em 10 dias. É o medo da morte lembrando
o quanto custa à vida. Mesmo que o perigo não seja real. Uma lição a se ter da
forma como a sociedade reage aos medos que ela mesma cria.
A vacinação é fundamental, mas o ano todo. Em campanhas
feitas anualmente pela Secretaria de Saúde do Paraná a procura fica sempre
abaixo da expectativa. Quando não há o pânico, quando o sentimento do risco não
atinge um grau de temor, não há reação. Há uma comoção coletiva que arranca
atos sociais. Não é a construção de um juízo coletivo, consciência social. É
apenas uma reação imediatista ao que se ouviu falar e não se tem conhecimento.
O senso comum as vezes acerta na dose e expressa, aparentemente, ideia de
lucidez.
Fica a lição para entender como funciona a reação social à aquilo que diz respeito a ela. Uma doença, a política, a violência, a corrupção, enfim, tudo o que o valia.
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